2011-12-16

Austeridade madeirense

Na última campanha eleitoral, todos os madeirenses foram bombardeados por um discurso insistente, por parte do político com máxima responsabilidade de tudo o que é bom e de tudo o que é mau na ilha, que não existiriam medidas de austeridade "extra" para a região. Jamais haveria castigo para o povo que beneficiou de uma obra ímpar no mundo. E esse castigo nunca seria devido, pois nada de mal havia sido feito. Nem obra, nem procedimento.

Assim sendo, como é possível que ao momento não tenha havido a dignidade e frontalidade, de vir a público (na televisão, por exemplo) explicar aos madeirenses (olhos nos olhos) o pacote de medidas de austeridade que será proposto (ou já terá sido há muito apresentado) ao ministro Gaspar?

É uma questão de respeito para quem caiu (uma vez mais) na casca de banana, e lhe endossou o seu voto. É uma questão de democracia para com os restantes 75% dos madeirenses que não lhe deram o voto. Sim, 75% dos madeirenses recenseados não deram o seu voto ao presidente eleito. Uns porque votaram nos outros partidos (ou em branco) e outros porque pura e simplesmente não foram às mesas de voto (não fora o método d’Hondt tenho dúvidas que haveria maioria absoluta do PPD).

Não vou discutir sobre a necessidade de ter de equilibrar as contas públicas (locais, regionais e nacionais). É um imperativo!

Mas impor o aumento das taxas do IVA, IRC e IRS, cortar com o subsídio de insularidade, e por ouro lado ver o partido da maioria indisponível para reduzir as verbas do "jackpot" é simplesmente ordinário. 
A ALR, e os partidos que a compõem, não está disponível para se solidarizar e acompanhar os madeirenses nos sacrifícios que lhes é imposto.

Uma vez mais, à semelhança do todo nacional, em vez de cortar a gordura da máquina pública rapam no osso das pessoas e das empresas. As escolas agoniam com falta de papel, quem vai para o hospital tem que levar os medicamentos, os fornecedores não são pagos. Mas vemos obras desnecessárias a seguir de vento em popa, vemos uma frota de "carros do governo" a se passearem todos os dias, em muitas situações para serviços privados... Bem o que não faltam são exemplos, infelizmente!

Se todos nós temos que ir para o emprego (os que ainda o têm) de transporte próprio ou público, porque é que quem se dedica à causa pública tem que ter carro, com parque e gasolina pagos por nós? 

O imposto sobre o tabaco já aumentou? Porque é que o tabaco é mais barato cá?

Quando é que por cá as pessoas se irão indignar? Quando é que vão acordar para a realidade? Quando é que terão coragem para apontar o dedo aos culpados por isto tudo? 

Quando é que os culpados terão a humildade de admitir os seus erros? Ou continuarão com a arrogância e a soberba de tudo saberem e acertarem sempre?

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